quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fresno atualiza emo para a geração 'Guitar hero' - veja mais lançamentos.

FRESNO - "REVANCHE"

Em seu segundo disco de estúdio por uma grande gravadora, os gaúchos do Fresno já decidiram mudar significativamente os rumos do seu som. O recado é explícito já na abertura do disco, na faixa título “Revanche” e seu riff quase Black Sabbath. É como se o emo encontrasse a geração “Guitar hero”.

Em entrevista em abril deste ano, o grupo afirmava que queria trazer as guitarras de volta às rádios. E comparado dos contemporâneos da cena nacional, o Fresno realmente tem mais peso – ao menos em disco.

Emulando Queens of the Stone Age na faixa título e Muse em “Relato de um homem de bom coração”, o quarteto gaúcho soa mais rock do que nunca. O grupo também abraça a power balada de arena com “Canção da noite” e o rock eletrônico no primeiro single, “Deixa o tempo”.

Mas isso não quer dizer que vão conquistar o coração dos mais xiitas. A voz de Lucas Silveira continua com suas forçadas emotivas, e as letras, apesar de tocarem menos no tema “amor”, continuam tão sofridas quanto antes. (AMAURI STAMBOROSKI JR.)


SCISSOR SISTERS - "NIGHT WORK"

“Night work”, terceiro álbum de estúdio do Scissor Sisters, começou com polêmica antes mesmo de sair. A capa, uma fotografia de Robert Mappelthorpe que traz um close do bumbum do bailarino clássico Peter Reed, foi censurada pelo Facebook, que a considerou “explicita demais” para divulgá-la na rede social.

Já em relação à música, o grupo americano continua divertido como sempre. Se nos trabalhos anteriores a banda tinha influências country e disco para construir o seu som “alegre”, “Night work” traz o Scissor Sisters exibindo um lado eletrônico, típico das festas dos anos 1980 – aquela coisa “Flashdance”, uma influência do produtor Stuart Price, responsável pela faixa "Hung up", de Madonna, e pelos últimos CDs do Tke Killers e Kylie Minogue.

As canções “Night work”, “Fire with fire” e “Nightlife” são os destaques do trabalho, que peca pela inconstância das 12 músicas. A última, “Invisible light”, tem uma curiosa participação do ator inglês Ian Mckellen. (GUSTAVO MILLER)



ANDREIA DIAS – “VOL.2”

Impossível ouvir esse “Vol. 2” de Andreia Dias e não lembrar da Rita Lee dos tempos de Tutti Frutti - a voz doce, os arranjos roqueiros e as letras divertidas não deixam mentir. Mas nada a ver com falta de originalidade. Destaque da nova geração de cantoras da MPB – ela foi uma das vozes das bandas Farofa Carioca e Dona Zica – , Andreia tem estilo próprio.

Nas faixas, todas autorais, a moça assume uma persona passional, irônica e às vezes deliciosamente cafona. Caso das ótimas “Noites” (noites tão vazias / noites tão compridas / latejando /ansiando / esperando o amanhecer / que novela mexicana essa vida sem você) e “Nós dois” (Pra nós dois / serão dois criados mudos / uma cama king size /e eternas falsas juras).

As bases das canções são as guitarras, ora inclinadas para o iê iê iê, ora para bolerões e até misturadas a elementos do samba. Criativa e versátil, Andreia mostra que tem disposição para trilhar um caminho tão fértil quanto o de Rita na cena pop. (DOLORES OROSCO)


CASH CASH - "TAKE IT TO THE FLOOR"


Pais, críticos de música e roqueiros mais ortodoxos foram surpreendidos com a nova onda “colorida” que tomou conta das rádios e dos corações adolescentes no Brasil, com nomes como Cine e Restart. Mas na verdade esses novos grupos são a contraparte nacional de uma nova geração de artistas que vem misturando o que há de mais meloso no hardcore melódico com efeitos eletrônicos novos (vocais distorcidos por autotune) e antigos (sintetizadores e sequenciadores típicos dos anos 80) nos últimos anos.

Sem tanto sucesso nas paradas nos EUA, nomes como Forever The Sickest Kids e Cobra Starship passaram um tempo sem serem lançados no Brasil, até o sucesso das suas contrapartes nacionais. Agora as gravadoras voltam atrás e começam a colocar nas prateleiras álbuns até de artistas menos conhecidos, como o Cash Cash, que está com turnê marcada para o país.

O primeiro álbum do grupo com o novo nome (antes se chamvam The Consequence) traz o grudento single “Party on your bedroom”, pop dançante perfeito para reuniões adolescentes. Outras faixas, como “Breakout” soam como uma mistura de Chris Brown com Blink-182 – tiro certeiro para agradar a turma das calças jeans de cores cítricas. (ASJ)

Nenhum comentário:

Postar um comentário