Em seu segundo disco de estúdio por uma grande gravadora, os gaúchos do Fresno já decidiram mudar significativamente os rumos do seu som. O recado é explícito já na abertura do disco, na faixa título “Revanche” e seu riff quase Black Sabbath. É como se o emo encontrasse a geração “Guitar hero”.
Em entrevista em abril deste ano, o grupo afirmava que queria trazer as guitarras de volta às rádios. E comparado dos contemporâneos da cena nacional, o Fresno realmente tem mais peso – ao menos em disco.
Emulando Queens of the Stone Age na faixa título e Muse em “Relato de um homem de bom coração”, o quarteto gaúcho soa mais rock do que nunca. O grupo também abraça a power balada de arena com “Canção da noite” e o rock eletrônico no primeiro single, “Deixa o tempo”.
Mas isso não quer dizer que vão conquistar o coração dos mais xiitas. A voz de Lucas Silveira continua com suas forçadas emotivas, e as letras, apesar de tocarem menos no tema “amor”, continuam tão sofridas quanto antes. (AMAURI STAMBOROSKI JR.)
“Night work”, terceiro álbum de estúdio do Scissor Sisters, começou com polêmica antes mesmo de sair. A capa, uma fotografia de Robert Mappelthorpe que traz um close do bumbum do bailarino clássico Peter Reed, foi censurada pelo Facebook, que a considerou “explicita demais” para divulgá-la na rede social.
Já em relação à música, o grupo americano continua divertido como sempre. Se nos trabalhos anteriores a banda tinha influências country e disco para construir o seu som “alegre”, “Night work” traz o Scissor Sisters exibindo um lado eletrônico, típico das festas dos anos 1980 – aquela coisa “Flashdance”, uma influência do produtor Stuart Price, responsável pela faixa "Hung up", de Madonna, e pelos últimos CDs do Tke Killers e Kylie Minogue.
As canções “Night work”, “Fire with fire” e “Nightlife” são os destaques do trabalho, que peca pela inconstância das 12 músicas. A última, “Invisible light”, tem uma curiosa participação do ator inglês Ian Mckellen. (GUSTAVO MILLER)
Impossível ouvir esse “Vol. 2” de Andreia Dias e não lembrar da Rita Lee dos tempos de Tutti Frutti - a voz doce, os arranjos roqueiros e as letras divertidas não deixam mentir. Mas nada a ver com falta de originalidade. Destaque da nova geração de cantoras da MPB – ela foi uma das vozes das bandas Farofa Carioca e Dona Zica – , Andreia tem estilo próprio.
Nas faixas, todas autorais, a moça assume uma persona passional, irônica e às vezes deliciosamente cafona. Caso das ótimas “Noites” (noites tão vazias / noites tão compridas / latejando /ansiando / esperando o amanhecer / que novela mexicana essa vida sem você) e “Nós dois” (Pra nós dois / serão dois criados mudos / uma cama king size /e eternas falsas juras).
As bases das canções são as guitarras, ora inclinadas para o iê iê iê, ora para bolerões e até misturadas a elementos do samba. Criativa e versátil, Andreia mostra que tem disposição para trilhar um caminho tão fértil quanto o de Rita na cena pop. (DOLORES OROSCO)
Pais, críticos de música e roqueiros mais ortodoxos foram surpreendidos com a nova onda “colorida” que tomou conta das rádios e dos corações adolescentes no Brasil, com nomes como Cine e Restart. Mas na verdade esses novos grupos são a contraparte nacional de uma nova geração de artistas que vem misturando o que há de mais meloso no hardcore melódico com efeitos eletrônicos novos (vocais distorcidos por autotune) e antigos (sintetizadores e sequenciadores típicos dos anos 80) nos últimos anos.
Sem tanto sucesso nas paradas nos EUA, nomes como Forever The Sickest Kids e Cobra Starship passaram um tempo sem serem lançados no Brasil, até o sucesso das suas contrapartes nacionais. Agora as gravadoras voltam atrás e começam a colocar nas prateleiras álbuns até de artistas menos conhecidos, como o Cash Cash, que está com turnê marcada para o país.
O primeiro álbum do grupo com o novo nome (antes se chamvam The Consequence) traz o grudento single “Party on your bedroom”, pop dançante perfeito para reuniões adolescentes. Outras faixas, como “Breakout” soam como uma mistura de Chris Brown com Blink-182 – tiro certeiro para agradar a turma das calças jeans de cores cítricas. (ASJ)
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